26 de jun. de 2009

R.I.P. Michael Joseph Jackson - (29/08/1958 - 25/06/2009)

Sem palavras para expressar o meus sentimentos, acredito que todos de minha geração estejam da mesma forma. Michael é o principal culpado por minha grande paixão pela música, principalmente pela Black Music. É mais um que se junta no maravilhoso time musical ao lado de Deus.

19 de jun. de 2009

Protesto !!

Hello Crazy People, como diria o amalucado, saudoso e o inovador radialista Big Boy. O blog retornará mais forte que nunca, logo após aquela companhia de telefone campeã de reclamações no Procon de origem espanhola resolver o meu problema.
Enquanto isso, divirtam-se... Pois o verdadeiro Funk nunca morrerá !!

8 de mai. de 2009

Roy Ayers - Coffy


O veterano produtor Samuel Z. Arkoff, que nos anos 1960 produzira os filmes de Roger Corman baseados em Edgar Allan Poe, na década seguinte aproveitou a febre dos filmes blaxploitation e lançou uma série de produções do gênero através de seu estúdio, a American International. Apesar de não possuírem o orçamento dos filmes dos grandes estúdios, "clássicos" como Black Caesar, Slaughter's Big Rip Off e Coffy fizeram grande sucesso, e consagraram astros negros como Fred Williamson e Jim Brown. Coffy revelou a musa Pam Grier (que protagonizou o também clássico Foxy Brown), e inspirou uma trilha sonora que é um dos melhores trabalhos do músico Roy Ayers.Em uma trama típica do gênero, Grier é uma enfermeira que procura vingar-se dos vendedores de drogas responsáveis pela morte de sua irmã viciada. Ayers embala as aventuras de Coffy com uma bateria seca e precisa, percussão criativa, coloridas interpretações em piano elétrico e a sua marca registrada, o vibrafone. A desenvoltura com que Ayers sempre transitou entre o jazz e o R&B encontra seu ponto ideal neste score, que aliás foi convenientemente reutilizado por Quentin Tarantino em seu Jackye Brown, também estrelado por Pam Grier. Coffy é bem mais do que um modelo para o que seria chamado no futuro de acid-jazz, já que, nas faixas finais, Ayers nos presenteia com solos de cravo, de nítida inspiração clássica.A propósito, o compositor nunca obteve um reconhecimento à altura de seu trabalho; em seus álbuns ele mapeou o terreno para novas tendências que surgiriam no mercado musical internacional, como o próprio acid-jazz e a world music. Na ficha técnica de Coffy descobrimos um pouco mais sobre os vários talentos de Ayers, que além de ter tocado o vibrafone e cantado em "King George" e "Coffy Is The Color" (esta um hit da era blaxploitation), é creditado como compositor, arranjador, regente e produtor.
[Estou ouvindo: Fred Wesley - House Party (12" Inch Mix)]


3 de mai. de 2009

Quincy Jones & Donny Hathaway - Come Back Charlestone Blue


O disco é a trilha sonora do filme homônimo de Mack Warren, continuação de Cotton Comes To Harlem. Uma seleção musical típica das tramas Blaxploitation, numa interessante mistura baseada nos anos 20, que recebeu a produção pra lá de especiais dos magos Quincy Jones e Donny Hathaway. Os ingredientes da receita que embala as sequências de ação do longa são vários, começando no Jazz, e passando pelo Blues, Soul e Funk. Culminando no clássico do Soul "Little Ghetto Boy" de Donny Hathaway.
Aqui temos outro sample usado por Dr. Dre...
[Estou ouvindo: Osaka Monaurail - Pick Up The Pieces One By One (Parts 1 & 2)]

1 de mai. de 2009

J.J. Johnson - Cleopatra Jones


Nos anos dourados dos filmes blaxploitation, que de produções independentes acabaram chegando aos grandes estúdios, Cleopatra Jones (1973, direção de Jack Starrett) foi a resposta da Warner a grandes sucessos como "Shaft", da MGM, "Superfly", "Coffy" e outros. Uma das produções mais sofisticadas do gênero (que teve uma continuação ruim em 1975, "Cleopatra Jones and The Casino of Gold"), neste filme temos a escultural Tamara Dobson no papel título, uma agente que combate a gangue de traficantes de drogas liderada por Mommy (Shelley Winters). Os elementos que fizeram a glória dos filmes blaxploitation, como heróis de cor, vilões brancos, tiroteios, perseguições de carro e, talvez o que mais nos interessa, uma trilha sonora baseada no soul e no jazz, combinando temas vocais e faixas instrumentais, estão presentes.
Apesar de o tema principal (um clássico do gênero) ter sido composto e interpretado por Joe Simon, e de haver faixas creditadas a Carl Brandt, o grande artesão do score foi sem dúvida J.J. Johnson. James Louis "J.J." Johnson, importante trombonista de jazz, compositor e arranjador que faleceu no dia 04 de fevereiro de 2001, aos 77 anos de idade, compôs e arranjou, nos anos 70, várias trilhas para cinema ("Across 110th Street", "Trouble Man") e TV ("Starsky & Hutch", "Shaft - a Série"). Em Cleopatra Jones, para mim o seu melhor trabalho ("Across 110th Street" é muito bom, mas o CD tem pouco a ver com a música que ouvimos no filme), Johnson arranjou e regeu as composições de seus colegas, além de compor faixas excepcionais. Em "Desert Sunrise/Main Title Instrumental", que abre o filme (no CD é a 6ª faixa), o compositor utiliza cordas e metais para criar suspense e introduz um motivo adequadamente oriental, para em seguida incorporar o tema de Joe Simon à sua composição.
"Cleo and Reuben" é o jazzístico e melancólico tema de amor, enquanto que "Go Chase Cleo", faixa em duas partes ouvida em uma cena de perseguição automobilística, é uma das mais vibrantes músicas de ação já compostas no estilo. Para quem aprecia este tipo de música, a partitura de Cleopatra Jones, com seus violinos soul, metais, pianos elétricos e guitarras "wah wah", é uma aquisição obrigatória, tendo permanecido inédita em CD até 2000, quando foi lançada no Japão.
Dica: o tema principal do filme foi sampleada pelo grupo de rap CMW, confira...

[Estou ouvindo: Love Unlimited Orchestra - Getaway]

30 de abr. de 2009

Marvin Gaye - Trouble Man

Em 1971, Marvin Gaye tinha lançado o revolucionário álbum “What's Going On”, que era resultado de uma autonomia artística tão lutada e merecidamente reconhecida pela gravadora (mesmo com um pé atrás). E o estrondoso sucesso do álbum garantiu portas abertas dos estúdios de gravação para novos registros de sua criatividade e genialidade. E não haveria um outro momento tão adequado quanto a este – logo em seguida ao lançamento de “What's...”, Gaye começa a trabalhar na trilha sonora Trouble Man, juntamente ao saxofonista Trevor Lawrence.
Trouble Man é sem dúvida, o álbum de Marvin que ele mais se aproxima do Jazz, denso, e rico em arranjos de cordas e metais, alternando momentos de introspecção e num Blues-Soul contagiante. Embora seja basicamente um disco instrumental, Gaye nos presenteia com belas harmonias vocais (coisa que não é de se assustar, já que ele é o principal revolucionista do Soul, de uma maneira sutil e altamente criativa, tendo influenciado todas as gerações seguintes, vide os artistas Neo-Soul). Sempre amparado pelo sax de Trevor (tenor, alto e barítono), o disco ora soa depressivo e outros momentos épico, Marvin exerce o seu lado musico – toca piano, moog e bateria (com grandes grooves, altamente suingados) – acompanhados de uma apimentada orquestra.
Marvin Gaye criou a trilha sonora de Trouble Man, que foi lançada em 8/12/1972, não poderia ter vindo em melhor hora, sendo mais um clássico intermediando Shaft e Superfly.
Só como curiosidade, temos samples impressionantes neste álbum. E como é de conhecimento de quase todos, o rapper Mano Brown (Racionais MC’s) é fã declarado de Marvin, e daqui foram utilizados trechos nas músicas “Tô Ouvindo Alguém Me Chamar” do álbum “Sobrevivendo No Inferno” e na “Intro” de “Raio-X do Brasil” (dois clássicos do Rap nacional). Ouçam, vale a pena...

[Estou ouvindo: Bill Withers - Ain't No Sunshine]