A combinação inovadora e instigante de poesia e música proposta por Gil Scott-Heron causaria um grande impacto, mais tarde, no som afro-americano. Considerado o "padrinho do Rap", Scott-Heron falava abertamente das injustiças cometidas contra a comunidade negra, bem demonstrada no hino "The Revolution Will Not Televised". Foi em Winter In America que o nemo de Scott-Heron se firmou na consciência do público. Isso se deveu, em grande parte, a seu parceiro, o talentoso tecladista Brian Jackson, que ajudou Heron a se transformar de poeta urbano e agressivo num arauto musical. Winter In America combina uma crítica aguçada com melodias cheias de sentimento. Heron é, ao mesmo tempo, duro e suave - mas determinado a expor seu ponto de vista.
Canções como "Rivers Of My Father" e "A Very Precious Time" tem um tom tranquilo e espiritual. São lindamente interpretadas por Scott-Heron, acompanhado pelos teclados sutis e contidos de Jackson. A dupla apresenta, depois, duas faixas cheias de balanço, "Back Home" e "The Bottle". Esta última fala de alcoolismo, uma praga histórica na comunidade negra, e se tornou um hit do underground, com a importante contribuição de Jackson na flauta. "H2O Gate Blues" é um discurso inspirado e de um humor frio sobre o governo Nixon.
O disco é justificadamente raivoso e impregnado de mordacidade, inteligência e bem elaborados jogos de palavras. Não admira que as letras de Gil Scott-Heron fossem, mais adiante, exercer um influência profunda em rappers com consciência social, como Public Enemy e Disposable Heroes Of Hiphoprisy. Em 1974...
[Estou ouvindo: Sly & The Family Stone - Thank You For Talkin' To Me Africa ]
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