Até o álbum 3 + 3 ser lançado, em 1973, os Isley Brothers eram conhecidos como um grupo semelhante aos Drifters ou os Moonglows: sorridentes rapazes negros com roupas de pêlo angorá. As pessoas adoravam os sucessos dos Isleys - os Beatles gravaram "Twist And Shout" e a banda entrou nas paradas com a balançante "Shout", uma música de R&B com inspiração Gospel -, mas o material gravado por eles para a Motown acabou se revelando de uma inconsistência frustrante. 3 + 3 anuncia seu renascimento logo na capa, que numa foto de Don Hunstein mostra os cinco irmãos - Ronald, O'Kelly, Rudolph, Ernie e Marvin Isley -, mais o amigo Chris Jasper, autoconfiantes e paramentados com roupas extravagantes. Os Isleys eram, originalmente, um trio - o título do álbum é uma referência à entrada de uma nova geração no grupo.
O disco mostrou que esses rapazes de Teaneck, New Jersey, podiam tocar e cantar com tanta paixão e apelo Pop como qualquer outro grupo dos anos 70, de David Bowie a Al Green. As longas linhas, sem interrupção, da furiosa Stratocaster do garoto Ernie, de apenas 17 anos (que tinha influência direta de Jimi Hendrix - o guitarrista havia tocado com os Isley nos anos 60), embalavam a entrada dos irmãos no território do Rock. "That Lady", a faixa de abertura, se tornou um sucesso em single, mas "What It Comes Down To" e a épica "Summer Breeze" é que ficaram na memória. Os vocais são leves, melodiosos e cheios de sentimento - e, em "Summer Breeze", o tenor de Ronald é extasiante.
Um álbum caloroso e romântico, 3 + 3 está cheio de ritmos dançantes (Marvin é um dos melhores baixistas de Funk) e a música, em geral, tem um tom de R&B-Folk-Rock leve, quase acústico, que traz saudades da época inocente que precedeu a Disco Music.
[Estou ouvindo: Maysa - Playing Your Game, Baby]
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